sexta-feira, 27 de setembro de 2013

17 - JON


- Cuidado com os ratos, senhor - Edd Doloroso levava Jon escada abaixo, com uma lanterna na mão. - Fazem um barulho horrível se você pisa neles. Minha mãe costumava fazer um ruído igual quando eu era menino. Devia ter algo de rato nela, agora que pensei nisso. Cabelos castanhos, pequenos olhos redondos, gostava de queijo. Ela devia ter uma cauda também, mas nunca olhei.
Todo o Castelo Negro era conectado por baixo do solo por um labirinto de túneis que os irmãos chamavam de “caminhos de minhoca”. O subterrâneo era escuro e úmido, então os caminhos de minhoca eram pouco usados no verão, mas, quando os ventos do inverno começavam a soprar e a neve começava a cair, os túneis se tornavam a forma mais rápida de se mover pelo castelo. Os intendentes já vinham fazendo uso deles. Jon viu velas queimando em vários nichos nas paredes enquanto percorriam o túnel, seus passos ecoando além deles.
Bowen Marsh aguardava no ponto em que quatro túneis se cruzavam. Tinha Wick Whittlestick com ele, alto e magro como uma lança.
- Essas são as contas de três turnos atrás - Marsh disse para Jon, oferecendo-lhe um grosso maço de papéis - para comparar com nossos estoques atuais. Podemos começar pelos celeiros?
Moveram-se na penumbra cinzenta sob a terra. Cada sala de estocagem tinha uma sólida porta de carvalho fechada com um cadeado do tamanho de um prato de sopa.
- A pilhagem é um problema? - Jon perguntou.
- Ainda não - disse Bowen Marsh. - Mas, assim que o inverno chegar, Vossa Senhoria seria sábia em colocar guardas aqui embaixo.
Wick Whittlestick levava as chaves em um aro pendurado no pescoço. Pareciam todas iguais para Jon, e ainda assim Wick encontrava a chave certa para cada porta. Uma vez lá dentro, tirou um giz do tamanho de um punho de sua bolsa e começou a marcar cada barrica, saco e barril, conforme os contava, enquanto Marsh comparava a nova contagem com a antiga.
Nos celeiros, havia aveia, trigo e cevada, além de barris de farinha moída. Nos armazéns, réstias de cebola e alho pendiam das vigas, e sacos de cenoura, chirivia, rabanetes e nabos brancos e amarelos enchiam as prateleiras. Em uma das salas de estocagem havia queijos tão grandes que seriam necessários dois homens para movê-los. Na seguinte, barricas de carne salgada, porco salgado, cordeiro salgado e bacalhau salgado estavam empilhados até alcançar três metros de altura. Trezentos presuntos e três mil chouriços podiam ser vistos pendurados nas vigas do teto, embaixo do defumador. No armário de especiarias, encontraram grãos de pimenta, cravo, canela, sementes de mostarda, sálvia, sálvia esclareia, salsa e blocos de sal. Em outros lugares havia barris de maçãs e peras, ervilhas secas, figos secos, sacos de nozes, de castanhas, de amêndoas, filés de salmão defumados e secos, jarros de barro cheios de azeitonas em conserva e selados com cera. Um depósito guardava lebres envasadas, pernil de veado no mel, repolho em conserva, beterraba em conserva, cebola em conserva, ovos em conserva e arenque em conserva.
Enquanto iam de um depósito ao outro, os caminhos de minhoca pareciam ficar mais frios. Em pouco tempo, Jon conseguia ver sua respiração congelando na luz da lanterna.
- Estamos sob a Muralha.
- E logo estaremos dentro dela - disse Marsh. - A carne não apodrece no frio. Para estocagens longas, é melhor do que salgar.
A porta era de ferro enferrujado. Atrás dela havia um lance de degraus de madeira. Edd Doloroso seguiu na frente com sua lanterna. No alto estava um túnel tão comprido quanto o grande salão de Winterfell, embora não fosse mais largo do que os caminhos de minhoca. As paredes aqui eram de gelo, cheias de ganchos de ferro. Em cada gancho estava pendurada uma carcaça: cervos e alces sem couro, metades de bois, porcas enormes balançando do teto, ovelhas e cabras sem cabeça, até mesmo cavalos e ursos. A geada cobrira tudo.
Enquanto os intendentes faziam a contagem,Jon tirou a luva da mão esquerda e tocou o pedaço de carne mais próximo. Podia sentir os dedos grudarem; quando os puxou, perdeu um pouco de pele. As pontas de seus dedos estavam dormentes. O que você esperava? Há uma montanha de gelo sobre sua cabeça, mais toneladas do que Bowen Marsh seria capaz de contar. Mesmo assim, a sala parecia mais fria do que deveria.
- É pior do que eu temia, senhor - Marsh anunciou quando terminaram. Parecia mais sombrio do que Edd Doloroso.
Jon estava justamente pensando que estavam cercados por toda a carne do mundo. Você não sabe nada, Jon Snow.
- Como assim? Isso me parece um bocado de comida.
- Foi um longo verão. As colheitas foram abundantes, os senhores, generosos. Temos o suficiente para passar três anos de inverno. Quatro, com um pouco de racionamento. Agora, se tivermos que alimentar todos esses homens do rei, homens da rainha e selvagens ... Vila Toupeira sozinha tem mil bocas inúteis, e mais ainda virão. Mais três apareceram ontem nos portões, uma dúzia no dia anterior. Não dá para continuar. Estabelecer essas pessoas na Dádiva está bem e é bom, mas é tarde demais para plantar. Passaremos a nabos e mingau de ervilha antes de o ano acabar. E, depois disso, beberemos o sangue dos nossos cavalos.
- Hummm ... - declarou Edd Doloroso. - Não há nada melhor do que uma taça quente de sangue de cavalo em uma noite fria. Gosto da minha com uma pitada de canela em cima.
O Senhor Intendente não lhe deu atenção.
- Haverá doenças também - continuou - gengivas sangrando e perda de dentes. Meisrre Aemon costumava dizer que suco de limão e carne fresca curam isso, mas nossos limões se foram há um ano e não temos forragem suficiente para manter o rebanho e ter carne fresca. Teremos que abater todos os animais, exceto alguns poucos pares férteis. O tempo está passando. Em invernos passados, a comida podia ser trazida do Sul pela estrada do rei, mas com a guerra ... Ainda é outono, eu sei, mas eu aconselharia a começar o racionamento para o inverno, se for do agrado do senhor.
Os homens vão adorar isso.
- Se é o que devemos fazer. Vamos reduzir a porção de cada homem em um quarto.
Se meus irmãos reclamam de mim agora, o que dirão quando estiverem comendo neve e pasta de bolotas?
- Isso vai ajudar, senhor. - Mas o tom do Senhor Intendente indicava que ele não achava que fosse ajudar o suficiente.
Edd Doloroso disse:
- Agora entendi por que o Rei Stannis deixou os selvagens atravessarem a Muralha. Ele pretende que nós os comamos.
Jon teve que sorrir.
- Não chegaremos a tanto.
- Ah, bom ... - disse Edd. - Eles parecem muito fibrosos, e meus dentes não são mais tão afiados como quando eu era jovem.
- Se tivéssemos dinheiro suficiente, poderíamos comprar comida no Sul e trazê-la de navio - o Senhor Intendente disse.
Podíamos, pensou Jon, se tivéssemos dinheiro e alguém disposto a nos vender comida. Ambos estavam em falta. Nossa melhor esperança seria o Ninho da Águia. O Vale de Arryn era famoso pela fertilidade e permanecera intocado durante as batalhas. Jon se perguntava como a irmã da Senhora Catelyn se sentiria em alimentar o bastardo do Ned Stark. Quando era menino, ele frequentemente sentia como se a senhora se ressentisse dele a cada mordida.
- Sempre podemos caçar, se preciso - Wick Whittlestick colocou. - Ainda há animais na floresta.
- E selvagens, e coisas mais sombrias - disse Marsh. - Eu não mandaria caçadores, senhor. Não mandaria.
Não. Você fecharia nossos portões para sempre e os selaria com pedras e gelo. Metade do Castelo Negro concordava com o ponto de vista do Senhor Intendente, ele sabia. A outra metade desdenhava dele.
- Sele nossos portões e plante nossos gordos traseiros negros na Muralha, sim, e o povo livre vem fervilhando da Ponte das Caveiras ou através de algum portão que você pensou estar fechado há quinhentos anos - o velho patrulheiro Dywen declarara em voz alta durante o jantar, duas noites antes. - Não temos homens para vigiar a mais de quinhentos quilômetros da Muralha. Tormund Terror dos Gigantes e o maldito Chorão sabem disso também. Já viu um pato congelado em um lago, com os pés no gelo? Funciona do mesmo jeito para os corvos.
A maioria dos patrulheiros fez eco com Dywen, enquanto os intendentes e os construtores se inclinavam para Bowen Marsh.
Mas isso foi dilema para outro dia. Aqui e agora, o problema era comida.
- Não poderemos deixar o Rei Stannis e seus homens morrerem de fome, mesmo se quisermos - disse Jon. - Se for necessário, ele simplesmente tomará tudo isso na ponta da espada. Não temos homens para detê-lo. Os selvagens também precisam ser alimentados.
- Como, senhor? - perguntou Bowen Marsh.
Eu gostaria de saber.
- Encontraremos um meio.
Quando retornaram para a superfície, as sombras da tarde já estavam crescendo. Nuvens riscavam o céu como estandartes esfarrapados, cinza, brancas e despedaçadas. O pátio do lado de fora do arsenal estava vazio, mas dentro Jon encontrou o escudeiro do rei esperando por ele. Devan era um rapaz magrelo de uns doze anos, de cabelos e olhos castanhos. Eles o encontraram congelando ao lado da forja, sem ousar se mover enquanto Fantasma o farejava de cima a baixo.
- Ele não machucará você - disse Jon, mas o garoto se encolheu ao som da voz dele, e aquele movimento repentino fez o lobo gigante mostrar os dentes. - Não! - gritou Jon. - Fantasma, deixe-o. Fora. - O lobo esgueirou-se para seu osso de boi, o silêncio em quatro patas.
Devan parecia tão branco quanto Fantasma, o rosto molhado de suor.
- S-senhor. Sua Graça o-ordena sua presença. - O garoto usava o dourado e negro dos Baratheon, com o coração em chamas dos homens da rainha costurado sobre o seu próprio.
- Você quer dizer solicita - disse Edd Doloroso. - Sua Graça solicita a presença do Senhor Comandante. É como você deve dizer isso.
- Deixe, Edd. - Jon não estava com disposição para disputas desse tipo.
- Sor Richard e Sor Justin retornaram - disse Devan. - Você vem, senhor?
Os cavaleiros do caminho-errado. Massey e Horpe haviam cavalgado para o Sul, não para o Norte. O que quer que tivessem descoberto, não era do interesse da Patrulha da Noite, mas Jon estava curioso do mesmo jeito.
- Se for do agrado de Sua Graça. - Seguiu o jovem escudeiro através do pátio. Fantasma foi atrás dele, até que Jon disse - Não. Fica! - Em vez disso, o lobo saiu correndo.
Na Torre do Rei, Jon foi despojado de suas armas e admitido na presença real. O solar estava quente e lotado. Stannis e seus capitães estavam debruçados sobre o mapa do Norte. Os cavaleiros do caminho-errado estavam entre eles. Sigorn estava ali também, o jovem Magnar de Thenn, vestido em uma cota de malha recoberta de escamas de bronze. Camisa de Chocalho estava sentado, coçando o pulso com uma unha amarela quebrada. Uma sombra de barba marrom cobria seu rosto encovado e seu queixo retraído, e fios de cabelo sujo caíam em direção aos olhos.
- E aí está ele - disse quando viu Jon - o bravo rapaz que assassinou Mance Rayder quando ele estava enjaulado e amarrado. - A grande gema quadrada que adornava seu punho brilhou vermelha. - Gosta do meu rubi, Snow? Um símbolo de amor da Senhora Vermelha.
Jon o ignorou e se ajoelhou.
- Vossa Graça - anunciou o escudeiro Devan - trouxe-lhe Lorde Snow.
- Posso ver. Senhor Comandante. Você conhece meus cavaleiros e capitães, acredito.
- Tive a honra. - Ele fizera questão de aprender tudo o que podia sobre os homens ao redor do rei. Homens da rainha, todos. Parecia estranho a Jon que não houvesse homens do rei com o rei, mas esse parecia ser o caminho. Os homens do rei haviam sofrido com a ira de Stannis em Pedra do Dragão, se as conversas que ouvira eram verdadeiras.
- Temos vinho. Ou água fervida com limões.
- Obrigado, mas não.
- Como desejar. Tenho um presente para você, Lorde Snow. - O rei acenou com a mão para Camisa de Chocalho. - Ele.
A Senhora Melisandre sorriu.
- Você disse que precisava de homens, Lorde Snow. Acredito que nosso Senhor dos Ossos ainda é qualificado.
Jon estava horrorizado.
- Vossa Graça, esse homem não é de confiança. Se eu o mantiver aqui, alguém cortará a garganta dele. Se o mandar em patrulha, ele simplesmente voltará para os selvagens.
- Não eu. Estou cansado desses malditos tolos. - Camisa de Chocalho tocou no rubi em seu punho. - Pergunte para sua bruxa vermelha, bastardo.
Melisandre falou suavemente em uma língua estranha. O rubi na garganta dela pulsava lentamente e Jon viu que a pedra menor no pulso de Camisa de Chocalho ficava mais clara e mais escura também.
- Enquanto ele usar essa joia, ele pertence a mim, de sangue e alma - a sacerdotisa vermelha disse. - Esse homem o servirá fielmente. As chamas não mentem, Lorde Snow.
Elas talvez não, pensou Jon, mas você, sim.
- Vou patrulhar para você, bastardo - Camisa de Chocalho declarou. - Darei conselhos sábios, ou cantarei canções bonitas, o que preferir. Até lutarei por você. Só não me peça para usar esse seu manto.
Você não é digno de um, Jon pensou, mas segurou a língua. Nada de bom viria de disputas na frente do rei.
O Rei Stannis disse:
- Lorde Snow, fale-me sobre Mors Umber.
A Patrulha da Noite não toma partido, Jon pensou, mas outra voz dentro dele disse, palavras não são espadas.
- O mais velho dos tios de Grande-Jon, Papa-Corvos, é chamado. Um corvo uma vez o tomou por morto e picou seu olho. Ele pegou a ave com uma mão e arrancou sua cabeça com uma mordida. Quando Mors era jovem, era um lutador temido. Seus filhos homens morreram no Tridente, sua esposa, no parto. Sua única filha foi sequestrada por selvagens, trinta anos atrás.
- É por isso que ele quer a cabeça - disse Harwood Fell.
- Esse Mors é de confiança? - perguntou Stannis.
Teria Mors Umber dobrado o joelho?
- Vossa Graça deveria fazê-lo jurar diante de sua árvore-coração.
Godry, o Matador de Gigantes, gargalhou.
- Eu tinha esquecido que vocês, nortenhos, veneram árvores.
- Que tipo de deus permite ser mijado por cães? - perguntou o companheiro de Farring, Clayton Suggs.
Jon preferiu ignorá-los.
- Vossa Graça, posso saber se os Umber se declararam por você?
- Metade deles, e só se eu pagar o preço desse Papa-Corvos - disse Stannis, em um tom irritado. - Ele quer o crânio de Mance Rayder para servir de copo, e quer o perdão para seu irmão, que cavalgou para o Sul para se unir a Bolton. É chamado de Terror das Rameiras.
Sor Godry divertia-se com isso também.
- Que nomes esses nortenhos têm! Será que esse arrancou a cabeça de alguma puta?
Jon olhou-o friamente.
- Pode-se dizer que sim. Uma prostituta que tentou roubá-lo, cinquenta anos atrás, em Vilavelha. - Por mais estranho que parecesse, o velho Hoarfrost Umber em algum momento acreditou que seu filho mais novo tinha os ingredientes de um meistre. Mors adorava se gabar sobre o corvo que tirara seu olho, mas a história de Horher só era contada aos sussurros ... em grande parte porque a prostituta que ele destripara era um homem. - Outros senhores se declararam por Bolton também?
A sacerdotisa vermelha deslizou para mais perto do rei.
- Vi uma cidade com muralhas de madeira, ruas de madeira, cheia de homens. Estandartes se agitavam sobre suas muralhas: um alce, um machado de batalha, três pinheiros, machados de cabos longos cruzados sob uma coroa, uma cabeça de cavalo com olhos flamejantes.
- Hornwood, Cerwyn, Tallhart, Ryswell e Dustin - informou Sor Clayton Suggs.
- Traidores, todos. Cãezinhos de estimação dos Lannister.
- Os Ryswell e os Dustin são ligados à Casa Bolton pelo casamento - Jon informou. - Os outros perderam seus senhores em batalha. Não sei quem os lidera agora. Papa-Corvos não é um cãozinho, no entanto. Vossa Graça deveria aceitar os termos dele.
Stannis rangeu os dentes.
- Ele me informa que um Umber não lutará contra outro Umber, não importa a causa.
Jon não estava surpreso.
- Se chegarem às espadas, veja onde o estandarte de Hother está e coloque Mors na outra ponta da linha.
O Matador de Gigantes discordou.
- Você faz Sua Graça parecer fraco. Eu digo, mostre nossa força. Queime Lar Derradeiro e vá para a guerra com a cabeça do Papa-Corvos espetada em uma lança, como uma lição para o próximo senhor que pretender oferecer meia-vassalagem.
- Um ótimo plano, se você quer cada mão do Norte contra você. Metade é mais do que nada. Os Umber não têm amor pelos Bolton. Se o Terror das Rameiras se uniu ao Bastardo, só pode ser porque os Lannister mantêm Grande-Jon cativo.
- Esse é o pretexto, não a razão - afirmou Sor Godry. - Se o sobrinho morrer acorrentado, esses tios podem clamar suas terras e títulos para eles próprios.
- Grande-Jon tem tanto filhos quanto filhas. No Norte, os filhos de um homem ainda vêm antes de seus tios, sor.
- A menos que morram. Crianças morrem em todos os lugares.
- Sugira isso aos ouvidos de Mors Umber, Sor Godry, e aprenderá mais sobre morte do que teria desejado.
- Eu matei um gigante, garoto. Por que deveria temer um nortenho pulguento que pinta um gigante em seu brasão?
- O gigante estava fugindo. Mors não estará.
O grande cavaleiro corou.
- Você tem uma língua ousada no solar do rei, garoto. No pátio, cantou uma canção diferente.
- Ah, deixe pra lá, Godry - disse Sor Justin Massey, um cavaleiro carnudo e de pernas moles, com um sorriso fácil e tufos de cabelos loiros. Massey era um dos cavaleiros do caminho-errado. - Todos nós sabemos que espada grande você tem, estou certo disso. Não precisa agitá-la em nossa cara de novo.
- A única coisa agitada aqui é sua língua, Massey.
- Silêncio - Stannis exigiu. - Lorde Snow, preste atenção. Demorei-me aqui na esperança de que os selvagens fossem tolos o suficiente para tentar outro ataque sobre a Muralha. Como eles não fizeram isso, é hora de lidar com meus outros inimigos.
- Entendo. - O tom de Jon era cauteloso. O que ele quer de mim? - Não tenho nenhum amor por Lorde Bolton ou por seu filho, mas a Patrulha da Noite não pode pegar em armas contra eles. Nossos votos proíbem ...
- Sei tudo sobre seus votos. Me poupe de sua retidão, Lorde Snow, sou forte o suficiente sem você. Tenho em mente marchar contra o Forte do Pavor. - Quando viu o choque no rosto de Jon, o rei sorriu. - Isso o surpreende? Bom. O que surpreende um Snow pode surpreender o outro. O Bastardo de Bolton está indo para o Sul, levando Hother Umber com ele. Sobre isso Mors Umber e Arnolf Karstark estão de acordo. Isso só pode significar um ataque a Fosso Cailin, para abrir caminho para que o pai dele retorne ao Norte. O bastardo deve pensar que estou muito ocupado com os selvagens para atormentá-lo. Muito bem. O garoto me mostrou a garganta. Pretendo cortá-la. Roose Bolton pode reconquistar o Norte, mas quando o fizer descobrirá que seu castelo, seu rebanhos e suas colheitas pertencem a mim. Se eu tomar o Forte do Pavor de surpresa ...
- Você não vai - Jon deixou escapar.
Foi como se cutucasse um vespeiro com uma vara. Um dos homens da rainha riu, um cuspiu, outro murmurou uma maldição, e todos os outros tentaram falar ao mesmo tempo.
- O garoto tem leite aguado nas veias - disse Sor Godric, o Matador de Gigantes. E Lorde Sweet bufou:
- O covarde vê um bandido atrás de cada folha de grama.
Stannis levantou a mão, exigindo silêncio.
- Explique-se.
Por onde começar? Jon foi até o mapa. Velas haviam sido colocadas nos cantos, para segurá-lo no lugar. Um dedo de cera morna escorria pela Baía das Focas, lento como um glaciar.
- Para alcançar o Forte do Pavor, Vossa Graça precisa viajar pela estrada do rei até passar o Rio Último, virar para sudeste e cruzar as Colinas Solitárias. - Ele apontou. - Essas são terras dos Umber, e eles conhecem cada árvore e cada pedra. A estrada do rei segue por suas marcas orientais por centenas de quilômetros. Mors fará suas forças em pedaços, a menos que aceite os termos dele e o conquiste para sua causa.
- Muito bem. Digamos que eu faça isso.
- Isso o levará ao Forte do Pavor - disse Jon - mas, a menos que suas forças possam marchar mais rápido do que um corvo ou passar despercebidas pelas tochas dos faróis, o castelo saberá de sua aproximação. E será fácil para Ramsay Bolton cortar sua retaguarda e deixá-lo longe da Muralha, sem comida ou abrigo, cercado por seus inimigos.
- Só se ele abandonar o cerco ao Fosso Cailin.
- O Fosso Cailin cairá antes que você alcance o Forte do Pavor. Uma vez que Lorde Roose una suas forças às de Ramsay, eles serão superiores na proporção de cinco para um.
- Meu irmão venceu batalhas em condições piores.
- Você presume que o Fosso Cailin cairá facilmente, Snow - objetou Justin Massey - mas os homens de ferro são lutadores valentes, e ouvi dizer que o Fosso nunca foi tomado.
- Do sul. Uma pequena guarnição no Fosso Cailin pode destruir qualquer exército que venha pela passagem, mas as ruínas são vulneráveis pelo norte e pelo leste. - Jon virou-se para Stannis: - Majestade, esse é um golpe ousado, mas o risco ... - A Patrulha da Noite não toma partido. Baratheon ou Bolton devem ser o mesmo para mim. - Se Roose Bolton pegá-lo sob suas muralhas com sua força principal, será o fim para todos vocês.
- O risco é parte da guerra - declarou Sor Richard Horpe, um cavaleiro magro, com o rosto devastado, cujo gibão acolchoado mostrava três borboletas-caveira em um campo de cinzas e ossos. - Cada batalha é uma aposta, Snow. O homem que não faz nada também se arrisca.
- Há riscos e riscos, Sor Richard. Este ... é muito grande, muito precoce e muito longe. Conheço o Forte do Pavor. É um castelo fortificado, todo de pedra, com muralhas grossas e torres maciças. Com o inverno chegando, vocês o encontrarão com boas provisões. Séculos atrás, a Casa Bolton se levantou contra o Rei do Norte, e Harlon Stark comandou um cerco ao Forte do Pavor. Levou dois anos até deixá-los famintos. Para ter qualquer esperança de tomar o castelo, Vossa Graça precisaria de armas de cerco, torres, aríetes ...
- Torres de cerco podem ser erguidas, se for necessário - disse Stannis. - Árvores podem ser derrubadas para servirem de aríetes, se aríetes forem necessários. Arnolf Karstark escreveu que menos de cinquenta homens permanecem no Forte do Pavor, metade deles servos. Um castelo forte, mantido fracamente, é fraco.
- Cinquenta homens dentro de um castelo equivalem a quinhentos do lado de fora.
- Isso depende dos homens - disse Richard Horpe. - Esses serão anciãos e garotos inexperientes, homens que esse bastardo não considerou aptos para a batalha. Nossos próprios homens sangraram e foram testados na Água Negra, e são liderados por cavaleiros.
- Você viu como se saíram contra os selvagens. - Sor Justin empurrou para trás uma mecha de cabelo loiro. - Os Karstark juraram se unir a nós no Forte do Pavor, e teremos nossos selvagens também. Trezentos homens em idade de lutar. Lorde Harwood fez a conta enquanto passavam pelo portão. As mulheres deles lutam bem também.
Stannis lhe deu um olhar azedo.
- Não para mim, soro Não quero choros de viúvas quando despertar. As mulheres permanecem aqui, com os velhos, os feridos e as crianças. Servirão como reféns para garantir a lealdade de seus maridos e pais. Os homens selvagens formarão minha vanguarda. O Magnar os comandará, com seus próprios chefes como oficiais. Mas primeiro precisamos armá-los.
Ele pretende saquear nosso arsenal, Jon percebeu. Comida, roupas, terras, castelos e, agora, armas. Ele me leva mais para o fundo a cada dia. Palavras podem não ser espadas, mas espadas são espadas.
- Eu poderia encontrar trezentas lanças - disse, relutantemente. - Elmos também, se puderem ser velhos, amassados e vermelhos de ferrugem.
- Armaduras? - perguntou o Magnar. - Chapas? Cotas de malha?
- Quando Donal Noye morreu, perdemos nosso armeiro. - O resto Jon deixou sem ser dito. Dê cota de malha aos selvagens e eles serão um perigo dobrado para o reino.
- Couro fervido será o suficiente - disse Sor Godry. - Depois que experimentarem a batalha, os sobreviventes podem pilhar os mortos.
Os poucos que viverem tanto. Se Stannis colocasse o povo livre na vanguarda, a maioria pereceria rapidamente.
- Beber no crânio de Mance Rayder pode agradar a Mors Umber, mas ver selvagens em suas terras, não. O povo livre tem invadido os Umber desde a Aurora dos Dias, cruzando a Baía das Focas atrás de ouro, ovelhas e mulheres. Uma dessas capturadas foi a filha do Papa-Corvos. Vossa Graça, deixe os selvagens aqui. Levá-los só serviria para voltar os vassalos do meu pai contra o senhor.
- Os vassalos do seu pai parecem não se importar com minha causa, de qualquer maneira. Devo assumir que eles me veem como ... como foi que me chamou, Lorde Snow? Outro impostor condenado? - Stannis encarou o mapa. Por um longo tempo, o único som era o do rei rangendo os dentes. - Deixem-me. Todos vocês. Lorde Snow, fique.
A despedida brusca não agradou Justin Massey, mas ele não tinha escolha senão sorrir e se retirar. Horpe o seguiu, não sem antes medir Jon com um olhar. Clayton Suggs esvaziou seu copo e murmurou algo para Harwood Fell que fez o homem mais jovem rir. Rapaz foi tudo o que Jon ouviu. Suggs era um cavaleiro andante, tão rude quanto forte. O último homem a sair foi Camisa de Chocalho. Na porta, fez uma reverência irônica para Jon, sorrindo com uma boca cheia de dentes marrons e quebrados.
Todos vocês não parecia incluir a Senhora Melisandre. A sombra vermelha do rei. Stannis pediu mais água com limão para Devan. Quando o copo estava cheio, o rei bebeu e disse:
- Horpe e Massey aspiram à cadeira de seu pai. Massey quer a princesa selvagem também. Ele certa vez serviu meu irmão Robert como escudeiro e adquiriu o seu apetite por carne feminina. Horpe se casaria com Val se eu ordenasse, mas é a batalha o que ele deseja. Como escudeiro, sonhava com o manto branco, mas Cersei Lannister falou contra ele, e Robert o deixou de lado. Talvez tenha acertado. Sor Richard gosta muito de matar. Qual deles você colocaria como Senhor de Winterfell, Snow? O sorridente ou o matador?
Jon disse:
- Winterfell pertence à minha irmã Sansa.
- Já ouvi tudo o que precisava ouvir sobre a Senhora Lannister e seu direito. - O rei colocou o copo de lado. - Você pode trazer o Norte para mim. Os vassalos do seu pai se reuniriam pelo filho de Eddard Stark. Até mesmo o Senhor Gordo-Demais-para-Subir-em-um-Cavalo. Porto Branco me daria uma fonte de suprimentos e uma base segura para onde me retirar, se necessário. Não é tarde demais para reparar sua tolice, Snow. Ajoelhe-se, jure essa espada bastarda para mim e levante-se como Jon Stark, Senhor de Winterfell e Protetor do Norte.
Quantas vezes ele me fará dizer isso?
- Minha espada é juramentada à Patrulha da Noite.
Stannis o olhou desgostoso.
- Seu pai era um homem teimoso também. Honra, ele chamava. Bem, honra tem seu custo, como Lorde Eddard aprendeu para sua tristeza. Se lhe dá qualquer consolo, Horpe e Massey estão condenados à decepção. Estou mais inclinado a dar Winterfell para ArnoIf Karstark. Um bom nortenho.
- Um nortenho. - Melhor um Karstark do que um Bolton ou um Greyjoy, Jon disse para si mesmo, mas o pensamento lhe trouxe pouco consolo. - Os Karstark abandonaram meu irmão entre seus inimigos.
- Depois que seu irmão cortou a cabeça de Lorde Rickard. Arnolf estava a milhares de quilômetros de distância. Ele tem sangue Stark nele. Sangue de Winterfell.
- Não mais do que metade das outras casas do Norte.
- Essas outras casas não se declararam por mim.
- Arnolf Karstark é um velho com as costas tortas e, mesmo em sua juventude, nunca foi o lutador que Lorde Rickard era. Os rigores da campanha bem podem matá-lo.
- Ele tem herdeiros - Stannis rebateu. - Dois filhos, seis netos, algumas filhas. Se Robert tivesse sido pai de filhos legítimos, muitos dos que estão mortos ainda viveriam.
- Vossa Graça ficaria melhor com Mors Papa-Corvos.
- O Forte do Pavor será a prova disso.
- Quer dizer que vai seguir em frente com esse ataque?
- Apesar do conselho do grande Lorde Snow? Sim. Horpe e Massey podem ser ambiciosos, mas não estão errados. Não ouso ficar sentado enquanto a estrela de Roose Bolton cresce e a minha diminui. Devo atacar e mostrar ao Norte que ainda sou um homem para ser temido.
- O tritão de Manderly não estava entre os estandartes que a Senhora Melisandre viu em suas chamas - disse Jon. - Se tivesse Porto Branco e os cavaleiros de Lorde Wyman ...
- Se é uma palavra para tolos. Não tive notícias de Davos. Talvez ele nunca tenha chegado a Porto Branco. Arnolf Karstark escreveu que as tempestades têm sido ferozes no mar estreito. Seja como for, não tenho tempo para me lamentar, nem para esperar os caprichos de um Senhor Gordo-Demais. Devo considerar Porto Branco perdido para mim. Sem um filho de Winterfell ao meu lado, só posso esperar ganhar o Norte pela batalha. Isso requer roubar uma folha do livro do meu irmão. Não que Robert alguma vez tenha lido um. Devo dar aos meus inimigos um golpe mortal, antes que eles saibam que estou sobre eles.
Jon percebeu que suas palavras tinham sido desperdiçadas. Stannis tomaria o Forte do Pavor. Ou morreria tentando. A Patrulha da Noite não toma partido, uma voz disse, mas a outra respondeu, Stannis luta pelo reino, os homens de ferro lutam por escravos e pilhagem.
- Vossa Graça, sei onde pode encontrar mais homens. Dê-me os selvagens, e ficarei contente em lhe dizer onde e como.
- Eu lhe dei Camisa de Chocalho. Contente-se com ele.
- Quero todos eles.
- Alguns dos seus Irmãos Juramentados me fizeram crer que você é meio selvagem. É verdade?
- Para você eles são apenas ponta de lança. Posso fazer um uso melhor deles sobre a Muralha. Se os der para mim, para que eu faça o que quiser com eles, eu lhe mostrarei onde encontrar sua vitória ... e homens também.
Stannis esfregou a nuca.
- Você barganha como uma velha com um bacalhau, Lorde Snow. Por acaso seu pai fez você com alguma peixeira? Quantos homens?
- Dois mil Talvez três.
- Três mil? Que tipo de homens são esses?
- Orgulhosos. Pobres. Espinhosos quando sua honra está em questão, mas combatentes ferozes.
- É melhor que isso não seja truque de um bastardo. Se eu troco trezentos lutadores por três mil? Sim, eu troco. Não sou um tolo completo. Se eu deixar a garota com você também, tenho sua palavra de que manterá nossa princesa por perto?
Ela não é uma princesa.
- Como desejar, Vossa Graça.
- Preciso fazê-lo jurar diante de uma árvore?
- Não. - Isso é uma brincadeira? Com Stannis, era difícil dizer.
- Feito, então. Agora, onde estão esses homens?
- Você os encontrará aqui. - Jon espalhou sua mão queimada por todo o mapa, na região a oeste da estrada do rei e ao sul da Dádiva.
- Nessas montanhas? - Stannis pareceu suspeitar. - Não vejo castelos marcados aí. Nem estradas, nem cidades, nem vilas.
- O mapa não é a terra, meu pai sempre dizia. Homens vivem nos altos vales e nos prados das montanhas há milhares de anos, governados pelos chefes dos clãs. Senhores menores, vocês os chamariam, embora eles não usem esses títulos entre si. Os campeões dos clãs lutam com enormes espadas montantes, enquanto os demais usam atiradeiras e se batem com bastões de freixo da montanha. Um povo briguento, deve-se dizer. Quando não estão lutando uns contra os outros, eles criam seus rebanhos, pescam na Baía do Gelo e criam a montaria mais dura que alguém já cavalgou.
- E você acha que eles lutarão por mim?
- Se o senhor pedir a eles.
- Por que devo implorar pelo que é meu por direito?
- Pedir, eu disse, não implorar. - Jon tirou a mão do mapa. - Não é bom enviar mensagens. Vossa Graça precisa ir em pessoa. Coma o pão e o sal deles, beba sua cerveja, ouça seus flautistas, louve a beleza de suas filhas e a coragens de seus filhos, e terá suas espadas. Os clãs não veem um rei desde que Torrhen Stark se ajoelhou. Sua visita os honrará. Ordene que lutem por você, e eles olharão um para o outro e dirão: “Quem é este homem? Ele não é nenhum rei para mim”.
- De quantos clãs você está falando?
- Dois grupos, pequenos e grandes. Flint, Wull, Norrey, Liddle... ganhe o Velho Flint e o Grande Balde e o resto seguirá.
- Grande Balde?
- O Wull. Ele tem a maior barriga elas montanhas, e entre a maioria dos homens. Os Wull pescam na Baía do Gelo e ameaçam suas crianças dizendo-lhes que os homens de ferro as levarão se não se comportarem. Mas, para chegar até lá, Vossa Graça precisa atravessar as terras dos Norrey. Eles vivem mais perto da Dádiva, e sempre foram bons amigos da Patrulha. Eu poderia lhe fornecer guias.
- Poderia? - Stannis perdia pouca coisa. - Ou vai?
- Vou. Você precisará deles. E de alguns garranos de bom passo também. Os caminhos lá em cima são pouco mais do que trilhas de cabras.
- Trilhas de cabras? - Os olhos do rei se estreitaram. - Eu falo em me mover rapidamente, e você desperdiça meu tempo em trilhas de cabras?
- Quando o Jovem Dragão conquistou Dome, ele usou uma trilha de cabra para contornar as guaritas dornenses no Caminho do Espinhaço.
- Conheço muito bem essa história, mas Daeron fez barulho demais com isso naquele livro ufanista dele. Navios venceram aquela guerra, não trilhas de cabras. O Punho de Carvalho quebrou Vila Tabueira e varreu meio caminho do Sangueverde, enquanto a força principal dornense estava presa no Passo do Príncipe. - Stannis tamborilou os dedos no mapa. - Esses senhores da montanha não vão dificultar minha passagem?
- Apenas com banquetes. Eles vão tentar superar um ao outro com sua hospitalidade. O senhor meu pai dizia que nunca comia tão bem como quando visitava os clãs.
- Por três mil homens, imagino que possa suportar algumas flautas e um pouco de mingau - o rei disse, embora seu tom ainda fosse de má vontade.
Jon se virou para Melisandre.
- Minha senhora, um aviso. Os velhos deuses são fortes nessas montanhas. Os homens dos clãs não aceitarão insultos contra suas árvores-coração.
Aquilo pareceu diverti-la.
- Não tema, Jon Snow, não vou causar problemas aos seus selvagens das montanhas e seus deuses obscuros. Meu lugar é aqui com você e seus bravos irmãos.
Essa era a última coisa pela qual Jon Snow podia esperar, mas antes que pudesse fazer qualquer objeção, o rei disse:
- E para onde devo liderar esses robustos homens, se não contra o Forte do Pavor?
Jon deu uma olhada no mapa.
- Bosque Profundo. - Bateu no mapa com o dedo. - Se Bolton pretende lutar contra os homens de ferro, então você também deve. Bosque Profundo é um castelo antigo, no meio de uma floresta densa, fácil de ser alcançado sem ser percebido. Um castelo de madeira, defendido por diques de terra e paliçada de toras. O percurso será mais lento pelas montanhas, admito, mas lá em cima seus homens podem se mover sem ser vistos, até emergirem quase nos portões do Bosque.
Stannis coçou o queixo.
- Quando Balon Greyjoy se levantou pela primeira vez, eu bati os homens de ferro no mar, onde eles são mais ferozes. Em terra, pegos de surpresa ... sim. Eu venci os selvagens de seu Rei-para-lá-da-Muralha. Posso esmagar os homens de ferro também, e o Norte saberá que tem um rei novamente.
E eu terei mil selvagens, pensou Jon, e nenhuma maneira de alimentar metade desse pessoal. 

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